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2012 - Livro Vermelho 2013

Simira grazielae Peixoto EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 13-06-2012

Criterio: B2ab(ii,iii)

Avaliador:

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG: Marcelo

Especialista(s):


Justificativa

Espécie arbórea de grande porte da Floresta Pluvial Atlântica entre os Estados da Bahia e do Espírito Santo. Está suscetível à extinção devido ao declínio de AOO e da qualidade do habitat, em consequência do desmatamento histórico da região para agropecuária e silvicultura. Descrita em 1981, há oito coleções da espécie, que é considerada planta rara do Brasil. Nas suas áreas de ocorrência foi identificado uma densidade de dois indivíduos por hectare. S. grazielae depende de formações de Floresta Pluvial em estágios avançados de sucessão. A espécie está sujeita a quatro situações de ameaça na Bahia e no Espírito Santo, estados em que os remanescentes de Mata Atlântica ocupam hoje respectivamente 8,9% e 11% da distribuição original.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Simira grazielae Peixoto;

Família: Rubiaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Bol. Mus. Bot. Mun. Curitiba. 44: 1. 1981. Espécie de fácil reconhecimento devido as folhas obovada-oblonga com a base caracteristicamente truncada e cordada. A característica mais forte para separá-la das demais espécies que apresentam a prefloração fechada são as domáceas formadas por pequenas bolsas, ao contrário das outras espécies que possuem domácias em tufos de pêlos (Silva Neto, 2000). Nome vulgar: "Arariba" (Barbosa, 2012).

Dados populacionais

Em estudo realizado em um trecho de Floresta Ombrófila Densa na Reserva Biológica de Sooretama, no Estado do Espírito Santo, foram amostrados 2 indivíduos em uma área de 1 ha² (de Paula, 2006).

Distribuição

Endêmica do Brasil; ocorre nos Estados da Bahia e Espírito Santo (Barbosa, 2012).

Ecologia

Caracteriza-se por árvores com até 30 m de altura; período de floração em Novembro e Dezembro, e frutificação em Janeiro (Cabral et al., 2009); apresenta flores hermafroditas (Silva Neto, 2000).Ocorre em Floresta Ombrófila Densa (Zappi et al., 2009).

Ameaças

1.1 Agriculture
Severidade very high
Detalhes Ouso do solo do Estado do Espírito Santo está distribuído basicamente em:lavouras (permanente, temporária e temporária em descanso), pastagens (naturale plantada), florestas naturais, florestas plantadas e terras produtivas nãoutilizadas, que totalizam 3.339.022 há, ou seja, 73,23% da extensão territorialdo estado. As pastagens cobrem 1.821.069 há, constituindo o usopredominante do território capixaba. Sua maior concentração é na mesorregiãoLitoral Norte Espírito-Santense, totalizando 618.070 há. Dentre os13 municípios integrantes dessa mesorregião, o município de Linhares concentra236.544 há (38,7% do total de pastagens da mesorregião) (de Paula, 2006).

1.1.3.2 Large-scale
Severidade very high
Detalhes Osúltimos remanescentes florestais do Sul da Bahia estão fortemente ameaçados,mesmo com a duplicação das áreas públicas protegidas, e a criação de ReservasParticulares do Patrimônio Natural. A principal razão da ameaça é a grave criseda cultura do cacau, fortemente associada às últimas florestas restantes. Apartir de 1988 a região tem se transformado de uma economia exclusivamentecacaueira para uma economia diversificada, principalmente com atividadesfortemente impactantes: pecuária extensiva, café, pupunha e exploraçãomadeireira (Araujo et al., 1998).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Espécie considerada Criticamente Ameaçada (CR) pela Lista Vermelha da Flora do Espírito Santo (Simonelli; Fraga, 2007).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Espécie ocorre em unidades de conservação: Reserva Florestal de Linhares e Reserva Floresta da Companhia Vale do Rio Doce, no Estado do Espírito Santo (CNCFlora, 2011).

Referências

- BARBOSA, M.R. Simira grazielae in Simira (Rubiaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB014291>.

- DE PAULA, A. Florística e fitossociologia de um trecho de floresta ombrófila densa das terras baixas na Reserva Biológica de Sooretama, Linhares, ES. Alessandro de Paula. Universidade Federal de São Carlos, SP. Doutorado. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos, 2006.

- ARAUJO, M; ALGER, K.; ROCHA, R.; MESQUITA, C.A.B. A Mata Atlântica do Sul da Bahia: situação atual, ações e perspectivas., Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (Instituto Florestal)., São Paulo, p.27, 1998.

- ZAPPI, D.; BARBOSA, M.R.V.; CALIÓ, M.F. ET AL. Rubiaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.449-461, 2009.

- CABRAL, E.L.; MACIAS, L.; DI MAIO, F.R. ET AL. Rubiaceae. In: GIULIETTI, A.M.; RAPINI, A.; ANDRADE, M.J.G. ET AL. Planta Raras do Brasil. Belo Horizonte: Conservação Internacional, p.351-357, 2009.

- SILVA NETO, S.J. O gênero Simira Aubl. (Rubiaceae, Rondeletieae) no Brasil extra-amazônico. Mestrado. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro (Museu Nacional do Rio de Janeiro), 2000.

- Banco de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

- SIMONELLI, M.; FRAGA, C. N. (ORG.). Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo. Vitória, ES: IPEMA, 2007. 144 p.

Como citar

CNCFlora. Simira grazielae in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Simira grazielae>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 13/06/2012 - 16:18:37